A Psicoquilombologia: Uma Nova Perspectiva em Saúde Mental

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Introdução à Psicoquilombologia

A psicoquilombologia é uma abordagem inovadora que se destaca na promoção da saúde mental, incorporando as diversas demandas, necessidades e saberes plurais presentes em nossa sociedade. Derivada da intersecção entre a psicologia e o conceito de quilombo, esta prática reflete sobre a subjetividade e a história de resistência dos grupos marginalizados. No contexto da psicologia, que tradicionalmente se concentrou em um modelo eurocêntrico de saúde mental, a psicoquilombologia busca resgatar narrativas frequentemente excluídas e considerar o bem-estar de maneira holística.

A Relação entre Psicologia e Quilombo

Historicamente, a psicologia incluiu apenas um determinado tipo de subjetividade, moldando uma norma de saúde que acabou por patologizar as experiências que fogem a esse padrão. A palavra "quilombo" traz uma importância significativa, pois representa, em essência, espaços de resistência e liberdade para os escravos fugitivos. Assim, a psicoquilombologia insere a ideia de coletivo em suas práticas, proporcionando um espaço seguro onde as experiências comunitárias são validas e respeitadas, além de reafirmar a dignidade da subjetividade de todos os indivíduos.

O Papel da Psicoquilombologia na Saúde Coletiva

Em sua prática, a psicoquilombologia visa não apenas entender as particularidades da psique humana, mas também como essas particularidades se interconectam dentro de grupos sociais. Esta abordagem coletiva é crucial para respeitar e atender às plurais necessidades de saúde mental que existem no Brasil. As práticas de psicoquilombologia contribuem para a desconstrução das narrativas dominantemente patologizantes, promovendo uma noção de saúde que é inclusiva e respeita as diversas realidades culturais e sociais. A implementação desta escolha ética na saúde mental representa um passo importante para a equidade e justiça social.

Por meio da psicoquilombologia, aqueles que foram historicamente marginalizados podem se sentir valorizados e acolhidos no processo de autocuidado e cura. Isso implica um trabalho conjunto entre profissionais de saúde mental e comunidades, reconhecendo que a verdadeira saúde é alcançada não apenas no nível individual, mas através de conexões e relações sociais que sustentam o bem-estar coletivo.